Você já se viu em uma situação em que o financiamento virou um peso e tudo o que queria era passar isso adiante?
Se você está aqui, provavelmente está passando por algo parecido. Seja por causa de uma mudança de vida, uma separação, problemas financeiros ou simplesmente porque aquele imóvel ou carro já não faz mais sentido pra você, saiba que transferir financiamento é uma opção real. E, melhor ainda, pode ser mais simples do que parece.
Vou explicar tudo de uma forma bem simples para que você possa transferir esse financiamento e se livrar desse peso nas costas.
O que significa transferir financiamento?
Antes de qualquer coisa, vamos deixar claro o que isso quer dizer. Transferir um financiamento é quando você passa a responsabilidade da dívida e do bem para outra pessoa. Ou seja: a outra pessoa assume o financiamento no seu lugar, junto com o bem (carro, moto, imóvel…).
Isso pode acontecer por vários motivos:
- Você não pode ou não quer mais pagar.
- Uma outra pessoa quer o bem que você tem
- Foi feito um acordo entre vocês (como em casos de divórcio ou mudanças familiares).
Mas, atenção: isso não é só combinar entre vocês e pronto. O banco ou a financeira precisa estar envolvido e aprovar essa transferência. Tudo deve ser feito por dentro da lei, com contrato e segurança para os dois lados.
Ao envolver o banco vocês estará garantindo que ambas as partes do acordo saiam ganhando e que não haja nenhum tipo de fralde ou golpe que possa ocorre no contrato falado.
Como transferir o financiamento para outra pessoa?
Agora que você entendeu o que é, vamos direto ao ponto: como transferir financiamento para outra pessoa de forma correta?
O processo pode mudar um pouquinho dependendo do que e a onde você financiou, mas o importante é que a ideia principal sempre será a mesma.
Vamos começar pela transferência de financiamento de um veículo.
Transferindo financiamento de veículo
Se você financiou um carro, a transferência pode ser feita desde que siga alguns passos simples, porem importantes.
1. Converse com o banco ou financeira
Cada banco ou instituição financeira vai funcionar de uma forma diferente, mas a ideia é a mesma.
Você deverá entrar em contato com a instituição, falar da sua intensão de repassar o financiamento e perguntar quais são os requisitos para a nova pessoa assumir.
O banco pode permitir logo de cara ou exigir que o novo comprador faça um novo contrato de financiamento, porem no nome dele.
2. Verifique se o comprador tem perfil aprovado
O banco vai analisar o nome da outra pessoa. Vai checar CPF, score, renda, histórico de crédito, tudo aquilo que já fez com você. Se ela tiver o nome sujo ou baixa renda, a transferência pode ser negada
Não possui um comprador? Agora é a hora de encontrar um!
3. Assinem os documentos
Assim que o banco aprovar é só assinar os papéis da transferência e o novo contrato que dessa vez estará no nome da outra pessoa. Simples não? Agora a outra pessoa será responsável pela divida e você estará livre.
4. Transfira também o veículo no Detran
Não basta só o contrato do banco. Tem que ir no Detran e transferir o veículo oficialmente. Isso garante que toda responsabilidade (inclusive multas) vá para a outra pessoa.
Importante: Nunca entregue o carro sem antes estar com todos os papeis da transferência assinados, tanto do banco como do Detran. Por mais que a pessoa seja conhecida ou até mesmo um parente, é muito importante só entregar as chaves quanto estiver tudo resolvido, para evitar que multas ou qualquer outro problema caia nas suas costas.
E se for imóvel? Dá pra transferir o financiamento também?
Sim, dá pra transferir financiamento de imóveis — inclusive da Caixa Econômica Federal, que é onde muita gente faz esse tipo de contrato.
Mas o processo é mais burocrático. E aqui, o nome que se dá é repasse de financiamento.
1. Solicite a transferência à Caixa
Você precisa pedir à Caixa que faça a cessão de direitos e obrigações. Isso é basicamente dizer: “Eu quero que fulano assuma minha dívida”.
2. A outra pessoa precisa estar aprovada
A Caixa vai analisar a renda e o perfil da outra pessoa, igual fez com você. Se ela for aprovada, o processo anda. Se não, é hora de pensar em outra solução.
3. Assinatura no cartório
Com tudo aprovado, vocês assinam a papelada no cartório, com testemunhas e tudo como manda o figurino. Isso vale tanto para imóveis ainda na planta quanto já prontos.
4. Registro no cartório de imóveis
Pra finalizar, o novo contrato precisa ser registrado no Cartório de Registro de Imóveis. Só aí a transferência se torna oficial.
O que fazer se o banco não permitir a transferência?
Acontece, viu? Tem instituições que não aceitam repassar financiamento. Nesses casos, o que você pode fazer?
- Fazer um contrato de gaveta (mas atenção: isso é arriscado e não é reconhecido legalmente).
- Quitar o financiamento e vender o bem à vista.
- Tentar refinanciar o valor em nome do comprador.
Essas alternativas exigem muito cuidado e orientação jurídica. O ideal é sempre envolver o banco na negociação e fazer tudo dentro da lei.
Cuidados importantes ao transferir financiamento
O que você não pode esquecer
Antes de seguir com qualquer transferência, veja esses pontos:
- Nunca entregue o bem sem contrato. Você ainda é o responsável até que tudo esteja no nome do outro.
- Cheque a idoneidade da pessoa. Vai que ela some e você fique com a dívida.
- Confirme tudo com o banco. Não existe atalho seguro fora da instituição financeira.
- Evite contratos de gaveta. A chance dele causarem problemas futuros é muito alta
O que é um contrato de gaveta?
Você provavelmente já deve ter ouvido esse termo em algum lugar.
O contrato de gaveta é um acordo informal bastante comum hoje em dia, principalmente em compra e venda de imóveis.
Ele ficou conhecido por ser uma forma menos burocrática e mais barata de comprar ou vender um imóvel. Mas isso tem um preço caro.
Nesse tipo de contrato apenas as partes envolvidas sabem do acordo e a transferência do imóvel não é relatada ao cartório, como se estivesse “guardado em uma gaveta“.
Como não é reconhecido judicialmente pode oferecer vários riscos tanto para quem compra como para quem vende.
No meu artigo Contrato de gaveta é seguro? Saiba quando ele representa risco, explico melhor os riscos, um tipo de golpe muito comum e como você pode legalizar esse tipo de acordo informal.
Vale a pena transferir financiamento?
Depende do seu momento de vida e se for feito do jeito certo, com transparência, responsabilidade e cuidado, sim, vale a pena transferir financiamento. Pode ser a saída ideal pra quem quer reorganizar a vida sem perder o controle.
Resumo dos passos: como transferir financiamento com segurança
Bullet points para lembrar com facilidade
- ✅ Converse com o banco ou instituição financeira.
- ✅ Verifique se a outra pessoa tem o nome limpo e renda aprovada.
- ✅ Assinem os contratos com a presença do banco.
- ✅ Transfira o bem também nos órgãos competentes (Detran, cartório, etc.).
- ✅ Não aceite atalhos ou contratos de gaveta sem respaldo legal.
- ✅ Faça tudo com calma, mas com firmeza. É seu nome e seu futuro em jogo.
Conclusão
Eu sei que tomar a decisão de transferir um financiamento não é fácil. Sei como é difícil quando agente se apega a algum bem e depois tem que se livrar dele. Mas olha: não se culpe. Isso faz parte da vida. Recomeçar também é sinal de coragem.
Se meu artigo te ajudou de alguma forma, fico feliz. Minha intenção aqui foi falar com o coração, sem complicar, sem palavras difíceis. Porque todo mundo merece informação de verdade, que ajuda, que acolhe.
Se você ainda tiver dúvidas, fala comigo nos comentários. Além disso, se quiser compartilhar sua história, será um prazer ouvir. Afinal, a gente aprende muito com a vivência um do outro.
Perguntas frequentes
Sim. O banco precisa autorizar e a nova pessoa deve ser aprovada na análise de crédito.
Tem sim. Mas tudo precisa ser feito de forma legal e com aval da instituição financeira.
Procure seu banco, informe seu desejo e leve os dados do interessado. Se ele for aprovado, o contrato será transferido.
Os custos variam, mas geralmente ficam entre 4% e 6% do valor do imóvel.
Através da solicitação junto ao banco, com análise de crédito e criação de novo contrato.
Sim, desde que a outra parte tenha renda suficiente para assumir o compromisso sozinha.
Passe pela análise de crédito do banco, e se for aprovado, o contrato será feito no seu nome.
Solicite a transferência junto ao banco. O novo responsável passará pela análise e, se aprovado, assume a dívida legalmente.
