O que é taxa Selic e como ela afeta as suas finanças e investimentos

O Que é Taxa Selic e Como Ela Impacta Seus Investimentos?

Descubra o que é a Taxa Selic, como ela funciona e qual o impacto direto nos seus investimentos e na economia do Brasil.

Você sabia que a taxa Selic exerce uma função essencial na economia do Brasil, influenciando diretamente os juros, o crédito e até mesmo o comportamento dos investimentos?

A taxa Selic representa a taxa básica de juros que serve como referência principal para toda a economia do país.

Você provavelmente já deve ter ouvido falar dela e como ela afeta os investimento e o preço das coisas em geral.

Sem contar que essa taxa interferi diretamente na sua vida financeira e muitas vezes você nem percebe.

Por isso, é importante que você entenda seu funcionamento para que possa retirar um bom proveito dela.

E é pensando nisso que escrevi esse artigo, quero te ajudar a entender como uma simples taxa gera impactos no seu cotidiano, fazendo com que ganhe ou perca dinheiro.

Vamos começar entendendo o que realmente é a taxa Selic.

O que é a taxa Selic?

Como disse inicialmente, a taxa Selic é a taxa básica da economia, ou seja, ela influencia todas as outras taxas de juros do país.

Por exemplo, afeta tanto as taxas de um banco ao conceder um empréstimo para você, como as que você recebe ao investir em uma determinada aplicação.

A palavra Selic é uma abreviação do Sistema Especial de Liquidação e de Custódia, um sistema que está sob a gestão e supervisão direta do Banco Central do Brasil.

É aqui que são negociados os títulos do Tesouro Nacional que são comprados e vendidos todo dia.

A taxa Selic representa a média das taxas de juros praticadas diariamente nas diversas operações financeiras que ocorrem dentro desse sistema específico. Hoje (julho de 2025), está em 15% ao ano.

Essas operações consistem em empréstimos de curtíssimo prazo, feitos entre instituições financeiras, e são garantidas por títulos públicos federais.

Geralmente esse tipo de empréstimos vence em apenas um dia.

Resumindo, a taxa média diária desses negócios recebe o nome de Selic “efetiva”. Seu nome é auto explicativo, é o percentual de juros que está efetivamente sendo praticado nesse mercado.

Além da Selic propriamente dita, existe também a chamada Selic ‘meta’, que é a mais popular e, muito provavelmente, a taxa sobre a qual você mais escuta em notícias e conversas cotidianas.

Agora vamos ver qual é a importância da taxa Selic.

Para que ela serve?

A taxa Selic é um elemento central na política monetária brasileira, funcionando como uma ferramenta fundamental para controlar a inflação e também para guiar o ritmo do crescimento econômico nacional.

É baseada em um sistema de metas de inflação criado em 1999, que estabelece medidas para manter a inflação dentro de uma determinada faixa definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN).

Assim, é possível controlar a estabilidade da economia, o que evita descontroles nos preços e a perda do poder de compra.

No início a meta de inflação era de 8% ao ano, com uma margem de tolerância de mais ou menos dois pontos percentuais, ou seja, poderia variar de 6% a 10%.

Depois a meta foi caindo gradualmente para controlar melhor a inflação e dar mais estabilidade econômica para o país.

Durante 15 anos, a meta ficou em 4,5% ao ano, com margem de mais ou menos dois pontos percentuais.

Mas afinal, como a meta de inflação influencia na determinação da taxa Selic?

O conceito é bastante simples: quando a inflação começa a crescer e ultrapassa a meta estabelecida, o governo reage elevando a taxa Selic.

Assim, as coisas ficam mais caras e as pessoas passam a comprar menos, o que diminui a inflação. O contrário também funciona.

Como ela impacta a economia?

Veja abaixo seus principais impactos

Impacto no crédito

Projeto imobiliário sendo analisado por três pessoas. Com a Selic alta, empréstimos e financiamentos ficam mais caros.

A taxa Selic serve como uma referência essencial para determinar o custo das linhas de crédito em geral no mercado financeiro.

Sempre que a taxa sobe, é comum que empréstimos e financiamentos fiquem mais caros.

Dessa forma, sempre que a taxa Selic aumenta, os juros cobrados nos empréstimos tendem a subir junto com ela. Caso a Selic caia, os custos dos empréstimos também vão cair.

impacto no consumo

Com a alta da Selic o preço das coisas tende a subir por conta das taxas altas para empréstimos e financiamentos.

Da mesma forma que os empréstimos sobem quando a Selic está alta, o nível de consumo de produtos ou serviços tende a diminuir, isso acontece por que seu preço aumenta.

Assim, quando a Selic sobe, as coisas ficam mais caras e as pessoas compram menos, quando a Selic desce, as coisas ficam mais baratas e as pessoas compram mais.

Impacto nos investimentos

Com a alta da Selic alguns investimentos tendem a serem mais benéficos e outros tendem a não compensarem tanto.

Quando a taxa Selic sofre um aumento, os investimentos em renda fixa acabam se beneficiando, pois sua rentabilidade está diretamente ligada aos juros, que passam a ser maiores.

Um exemplo disso é o CDB, um título privado que os bancos emitem para captar recursos junto aos investidores. Quando a Selic sobe, esses e outros títulos públicos vão oferecer um rendimento maior.

Da mesma forma, em tempos onde a Selic está baixa, vão oferecer um rendimento menor.

Quando e como é definida a Selic

Como já expliquei anteriormente, existe uma diferença fundamental entre a Selic ‘meta’ e a Selic ‘efetiva’; veja a seguir os detalhes dessa distinção.

  • Selic ‘meta’: trata-se da taxa de juros que o Banco Central estabelece como objetivo a ser alcançado.
  • Selic “efetiva”: É a taxa que realmente acontece no mercado interbancário (entre bancos). O BC atua para que a taxa efetiva fique o mais próxima possível da meta.

Para definir a taxa da Selic o Banco Central utiliza operações com títulos públicos (ou seja, compra e venda) para controlar a liquidez.

Funciona assim, caso queira aumentar os juros, o BC vende títulos, o que reduz a quantidade de dinheiro em circulação, fazendo a taxa subir.

Da mesma forma, para diminuir os juros o BC compra títulos, o que coloca mais dinheiro no mercado, fazendo a taxa cair.

Quem toma essas decisões é o Copom, formado pelo presidente do Banco Central e diretores. Isso acontece a cada 45 dias (8 vezes por ano).

As reuniões têm duração de dois dias, durante os quais são avaliados diversos aspectos, tais como:

  • Economia brasileira e global
  • Condições de liquidez
  • Comportamento dos mercados
  • Riscos e oportunidades para o futuro

Depois de discutir bastante, os membros votam qual será a nova Selic meta. No mesmo dia a decisão é anunciada para a população por meio da internet.

O que é a Ata do Copom e qual a sua importância?

Como disse anteriormente, a decisão do Copom é divulgado no mesmo dia da reunião, porem, só seis dias depois sai a Ata detalhada explicando o porquê da decisão ter sido tomada e quais são as projeções e expectativas para o futuro.

Comerciante analisando se vai compensar montar estoque ou não depois da decisão do Copom em relação a taxa Selic.

A Ata do Copom é como um canal de comunicação entre o Banco Central e a sociedade (principalmente investidores e agentes de mercado).

Esse é um documento extenso com cerca de 2 a 3 páginas que explicam detalhadamente as decisões que foram tomadas, o que passa maior confiança para os comerciantes.

Por exemplo, se um comerciante acredita que a inflação e a Selic ficarão estáveis, ele vai ter mais confiança para pegar um empréstimo, já que, não vai correr o risco dos juros dispararem.

Da mesma forma, isso permite que ele planeje seus estoques e investimentos com mais segurança, sem medo de enfrentar alterações inesperadas.

Além da Ata, o Banco Central divulga regularmente um Relatório de Inflação que traz as projeções para a inflação, considerando tanto o contexto econômico atual quanto possíveis mudanças que possam ocorrer no futuro.

Quais são os fatores que fazem a taxa Selic subir ou cair?

Como apenas anunciar a Selic meta não garante o controle da inflação, o Banco Central precisa “colocar a mão na massa” diariamente para manter os juros em um patamar desejado.

Como ele faz isso? De forma simples, isso acontece por meio das chamadas operações de mercado aberto. Em resumo, ele compra e vende títulos públicos federais com os bancos.

Por exemplo, quando quer aumentar a Selic (deixar os juros mais altos), o BC vende títulos públicos.

Com isso, os bancos usam seus recursos para comprar esses títulos, reduzindo a quantidade de dinheiro disponível na economia. Menos dinheiro significa menor demanda, o que ajuda a conter a inflação.

Quando o Banco Central deseja reduzir a Selic, ou seja, diminuir os juros, ele realiza a compra de títulos públicos, injetando mais dinheiro na economia.

Com a maior disponibilidade de recursos, as taxas de juros diminuem, o que incentiva o consumo e facilita o acesso ao crédito.

Como investir em cenários de Selic alta ou baixa

Como já mencionei, os investimentos em renda fixa sofrem maior influência da taxa Selic, o que faz com que se tornem mais atrativos em períodos em que a Selic está elevada.

Um exemplo disso é o CDB, que se trata de um título de crédito emitido por instituições financeiras.

Quando você compra um CDB está temporariamente emprestando seu dinheiro ao banco, que por sua vez vai emprestar para outras pessoas e cobrar juros por isso.

No fim do processo você vai receber uma pequena parte desse lucro que o banco teve.

Porem, é importante entender que nem sempre a Selic alta é uma boa opção. Esse é o conceito de verdadeiro rendimento.

Por exemplo, vamos supor que a Selic está em 8% ao ano e a inflação em 5% ao ano, o verdadeiro rendimento vai ser de aproximadamente 3% ao ano.

Agora, se a Selic for de 5% ao ano enquanto a inflação está em 1%, o retorno real ficará em torno de 4%. Percebe como, mesmo com a Selic relativamente baixa, o rendimento ainda foi superior?

Então, você não deve levar em conta apenas a Selic alta, é importante também levar em consideração a inflação para saber o verdadeiro rendimento que você obterá.

Por outro lado, quando a Selic está baixa, as pessoas costumam consumir mais, o que impulsiona as vendas das empresas.

Com o aumento das vendas, as ações tendem a se valorizar e as companhias passam a distribuir mais dividendos.

Agora, caso a Selic suba, consequentemente as pessoas vão comprar menos, o número de vendas das empresas vão cair, diminuindo o valor da ação e os dividendos recebidos pelos investidores.

Em resumo:

  • Quando a Selic estiver alta: pode ser um bom momento para investir em renda fixa.
  • Quando a Selic estiver baixa: pode ser um bom momento par investir em ações.

Qual a relação existente entre o CDI e a taxa Selic?

É bem provável que você já tenha ouvido falar sobre a Selic e a taxa CDI. Ambas exercem um papel fundamental na definição da rentabilidade das aplicações financeiras.

No geral, essas duas taxas caminham juntas, tendo apenas uma pequena diferença. Mas, afinal, qual é a diferença entre a taxa Selic e o CDI?

Como disse antes, a Selic representa a taxa média dos empréstimos realizados por bancos tendo como garantia os títulos públicos federais.

O principal objetivo desse mecanismo é orientar a política monetária do Brasil, visando alcançar a estabilidade econômica.

Por outro lado, o CDI (Certificado de Depósito Interbancário) possui uma origem diferente: ele representa os empréstimos feitos entre instituições financeiras utilizando seus próprios recursos.

Por causa de uma lei os bancos são obrigados a realizar empréstimos entre se para fechar o caixa de forma equilibrada. Isso acontece diariamente.

Por exemplo, caso falte dinheiro o banco vai pegar um empréstimo de outro banco para manter o caixa equilibrado.

Assim como a Selic esses empréstimos possuem um prazo extremamente curto, porem, esses processos são registrados no sistema da Cetip, incorporada à B3 (Bolsa Brasileira) em 2017

Qual é a taxa Selic hoje?

A taxa Selic hoje, 20 de julho de 2025, está em 15% ao ano. Essa é a taxa definida pelo Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central na última reunião, em junho de 2025. 

Quando é a próxima reunião do Copom?

A próxima reunião do Copom (Comitê de Política Monetária) será nos dias 29 e 30 de julho de 2025.

Calendário do Copom de 2025

Data da ReuniãoDivulgação da Ata
28 e 29 de janeiro4 de fevereiro
18 e 19 de março25 de março
6 e 7 de maio13 de maio
17 e 18 de junho24 de junho
29 e 30 de julho5 de agosto
16 e 17 de setembro23 de setembro
4 e 5 de novembro11 de novembro
9 e 10 de dezembro16 de dezembro

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